quinta-feira, 1 de setembro de 2011

LIGA DA JUSTIÇA #1 ESTRÉIA NOS EUA

Autor: Rubens Junior | Facebook | Twitter




Roteiro: Geoff Johns
Ilustração: Jim Lee e Scott Williams


A maior polêmica do mundo dos quadrinhos em 2011 finalmente chega ao fim! Dos novos 52 títulos reformulados da DC Comics, nenhum gerou mais expectativa do que a nova série mensal da Liga da Justiça. Novos uniformes? Novas origens? Novas personalidades? Estas e milhares de outras perguntas geraram um grande alvoroço entre os fãs no mundo inteiro (principalmente nos EUA), chegando ao ponto de surgirem várias comunidades contra este reboot da DC, alegando ser uma infâmia alterar "qualquer coisa" em personagens tão consagrados e admirados pelo público. Fosse a falta da cueca do Super-Homem ou o novo uniforme da Mulher-Maravilha, deixei claro em meu primeiro artigo sobre este reboot da DC que, independente das alterações visuais e históricas aderidas nestes novos 52 títulos, o que importa (para mim) é se as alterações irão melhorar ou piorar as revistas e os personagens. Se piorar, eu iria odiar o reboot. Se melhorar, eu iria amar o reboot. Deixei claro no artigo as constantes falhas de administração da DC, e a forma inconveniente com que o marketing para este projeto foi realizado e anunciado, pois realmente agrediu o público ignorando totalmente a opinião dos fãs, sem dar nenhuma declaração mais amena sobre a polêmica. Mas, no final das contas, a edição #1 mais aguardada deste ano está aí, e a verdade da conclusão é que eu AMEI este reboot.


ILUSTRAÇÃO - Jim Lee finalmente se superou. Desde sua épica revolução ilustrando a série mensal dos X-Men, seu estilo de desenho foi copiado, copiado e copiado incansavelmente e, embora nem sempre de forma profissional, ainda é copiado até hoje. Infelizmente (com zzzzzzzzzz ;-), isso fez com que sua ilustração se tornasse "enjoativa". E esta era a questão mais importante deste reboot para mim: Como a DC irá inovar alguma coisa, sendo que o ilustrador responsável pelo projeto já está mais que manjado??? Embora Jim Lee seja mais que um desenhista, e sim um empresário/empreendedor, ele precisaria tirar alguma coisa inusitada de sua cartola para que o público, ao ver a primeira revista do reboot, não pensasse: "'É... normal." Principalmente, pois o próprio Lee já vinha ilustrando o Batman e Super-Homem há algum tempo. Mas eu não comentei nada sobre isso no meu primeiro artigo pois, como ilustrador, eu sei que é possível um profissional variar, diferenciar e surpreender em seus trabalhos, mesmo sem alterar seu estilo. É algo que não se explica como, mas se nota vendo. E é exatamente isso que vemos nesta Liga da Justiça #1. Um Jim Lee inspirado, detalhista e surpreendente, em sua melhor forma, usando este reboot para reafirmar seu próprio trabalho dizendo: "Eu ainda sou o cara." É notória a grande dedicação que ele concentrou neste projeto através de suas imagens. É o mesmo estilo de sempre, mas com a dedicação que surpreende principalmente nos ângulos e detalhes. Como se não bastasse um Jim Lee inspiradíssimo, o colorista Alex Sinclair também foi escolhido a dedo. Embora Batman seja um personagem totalmente sombrio e um dos queridinhos do grupo, a Liga da Justiça não é sombria. Pelo contrário, é algo "iluminado", com heróis à luz do dia, uniformes coloridos, que ficam ainda mais coloridos quando estão juntos, de forma que transmita a paz e alegria que desejam inspirar. Por isso elogio o colorista que, em meio a batalhas, explosões e ambientes escuros, manteve o clima e padrão alegre das cores do começo ao fim da história. É comum que, com o tempo, as edições comecem a acumular e os artistas entrem na fase do "vai assim mesmo". Isso não é culpa deles, mas sim, dos prazos loucos das editoras. Mas espero que esta fase nunca chegue nesta nova Liga da Justiça, pois tudo está impecável.

ROTEIRO E ARGUMENTO - É só a primeira edição. Tivemos apenas uma prévia da história geral. Apenas três membros da Liga foram apresentados, mas ainda nem fazem parte de uma Liga. Ou seja, ainda não dá para julgar se acertaram ou não na história. Mas já é possível elogiar a dinâmica e a causa de toda trama. Primeiro que estes três personagens da Liga apresentados são os três que estão em alta. Batman (comprovado o personagem mais querido do mundo), Super-Homem (o maior herói do mundo e líder da Liga) e Lanterna Verde (prejudicado por uma sequência de histórias ruins em sua série, começa a voltar ao auge com a estréia de seu filme). A história já esclarece uma grande questão que os fãs tinham logo no começo, com um texto simples: "Houve um tempo em que o mundo não sabia o que era um super-herói". A partir daí, ao perseguir um inimigo que está espalhando bombas por Gotham, estes três heróis acabam se encontrando. Enquanto a trama se desenrola, o contexto deixa claro que indivíduos com super poderes são vistos como perigo à sociedade, e isso está se tornando um grande problema, pois estes indivíduos não param de surgir. Eu considerei uma maravilha de introdução, pois esta abordagem realmente escancara todas as possibilidades possíveis para recontarem o universo da Liga da Justiça, que nunca foi devidamente apresentado numa série mensal. Como eles realmente se uniram? Como o Batman aceitou fazer parte de um grupo? Como construíram sua base? Entre outras diversas questões. Da mesma forma, é possível notar que nenhum "desrespeito aos personagens" ocorreu. Pelo contrário. A medida em que os heróis vão se encontrando, o roteiro reestabelece as virtudes de cada um deles, e seus maiores potenciais. Para mim, a melhor parte, é quando o Lanterna Verde está no subsolo com Batman e começa a indagar: "Qual o seu poder? Você pode voar? Tem super força? Não me diga que vc é só um cara fantasiado de morcego! Vc tá de brincadeira comigo???" Logo em seguida, Batman arranca o anel do dedo do Lanterna Verde... rs, demais! Ao mesmo tempo, eu curti muito a abordagem do Super-Homem, mas não aprovei sua fala. Após detonar com o poder do Lanterna, demonstrando que ele é muito mais poderoso que a força do anel, ele diz ao Batman, sorrindo: "Eu não sou fácil de lidar. Então... o que vc pode fazer?" Esta fala demonstra uma arrogância não característica do Homem de Aço, que é sempre humilde e educado, sempre tentando usar seus poderes como último recurso. Alí ele praticamente está chamando Batman pro pau. De toda a revista, da primeira a última página, este é o único detalhe que desaprovo. De resto, achei impecável. Principalmente, pois esta nova abordagem já demonstrou que, embora a DC sempre afirme que sua linha de trabalho é bem diferente da Marvel (o que é verdade), a origem e universo da Liga da Justiça está buscando relacionar a formação destes heróis interagindo no mundo real, com o pânico da sociedade, com as divergências com a polícia.. e é exatamente o que gerou o sucesso dos X-Men. Eu não digo que é cópia. Pelo contrário. É exatamente esta abordagem que está garantindo o sucesso de todos os super-heróis atualmente. Aquela idéia de heróis fantasiados fazendo coisas impossíveis e o público aplaudindo já ficou para trás. Uma adaptação destes heróis com o mundo real que vivemos hoje é o que os torna interessantes, e a Liga acertou em seguir este caminho.

Apesar dos meus grandes elogios, não espere ler a melhor revista do mundo. Esta hq é perfeita de acordo com sua proposta: água com açúcar. Embora a ilustração seja bela, é Jim Lee. Embora o roteiro seja legal, é leve, destacando muito mais as cenas de ação do que a intriga do enredo. Realmente não há o que reclamar do produto final. A revista é muito boa de acordo com seu gênero popular. Ponto. A forma impessoal que a DC construiu o marketing foi péssima, gerando toda a polêmica ruim. Mas não há como reclamar da revista. O que pode ser discutido, ainda são as pequenas alterações nos uniformes, etc. Mas, para mim, o que mudou nestes detalhes não vale 1 min. de discussão, comparado aos pontos positivos que todo o reboot gerou. E, com este grande trabalho, aos meus olhos de fã e artista, finalmente a DC vai encontrar espaço na minha prateleira com uma série mensal, pois esta nova Liga da Justiça é a primeira série da DC que irei colecionar sem hesitação.

Veja abaixo a tabela com todos os 52 títulos que a DC irá reformular e uma galeria de imagens deste projeto.

 

4 comentários:

  1. A Panini vai trazer essa edição para o brasil?

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  2. Ainda não tenho a informação oficial, mas é bem provável que SIM, pois as antigas revistas da Liga foram canceladas para que esta fosse inaugurada. O mesmo acontece com todos os outros novos 52 títulos da DC.
    Abraço!

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  3. Devo adimitir esse reboot tá demais,o superman fico mais joveal e mais piadista eu nao esperava muito desses novos 52 eu tava mais é ligado na marvel,mais depois de ler uns quadrinhos da DC nova eu vidrei legal achei muito legal a iniciativa e a corajem hehehe

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  4. olha, contanto que a origem nem a personalidade do Batman tenha sido mudadas, eu adorei tudo, o novo uniforme do Superman ficou muito bom sem aquela cueca ridícula (tá, ela não estraga completamente o visual e até dá uma quebrada no ecxeço de azul do Super, mas ainda assim ele fica muito legal sem ela) sem falar que um super-herói que tem a mesma aparência a décadas precisa de umas mudanças de vez em quando. Também gostei muito do novo uniforme da Mulher-Maravilha, enfim, a nova série até seria muito boa, mais o fato de ser um Reboot com mudanças de origem e essas coisas, é muito exagerado, só os uniformes já tá bom. Só espero que essas mudanças fiquem só nos quadrinhos e não influenciem nas séries de TV, video-games, etc... por que não quero que nossos super-heróis deixem de ser clássicos como sempre foram em todas as mídias

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